Após um dia como outro
qualquer em seu escritório, indiferente aos convites para as festividades e aos
apelos natalinos, o avarento Ebenezer Scrooge recolhe-se
solitariamente em sua casa na noite de Natal. Convencido de que nada poderia
abalar suas convicções mesquinhas e modos pouco amigáveis, Scrooge se
surpreende com a visita de três fantasmas, que acabariam por causar uma
verdadeira mudança em seu interior. O fantasma do Natal Passado traz as
recordações felizes da infância de Scrooge; o do Natal Presente mostra o que se
passa naquela exata noite na casa de um de seus empregados, que, embora com
poucos recursos, comemora feliz e unido com sua família a ceia natalina; por
fim, o fantasma do Natal Futuro descortina uma perspectiva sombria a Scrooge, que
assiste a sua própria morte em absoluto isolamento.
Como todo clássico, Um Conto
de Natal, escrito em 1843 por Charles Dickens, revela-se ainda atual e
passível de leituras e interpretações tão diversas quanto os contextos a que se
aplica. Seja na vida pessoal ou corporativa, é comum que a voracidade do
presente não permita qualquer brecha para balanços e reflexões sobre nossos
atos. Assim como o personagem de Dickens, muitos se encontram submersos em um presente
do qual sequer se dão conta. Não por acaso o conto se passa na época de Natal:
o final de ano é, de fato, a época mais propícia ao acerto de contas com o
passado e à definição de metas para o futuro (preferencialmente de perspectivas
menos sombrias que as de Scrooge).
Nas empresas, a
avaliação dos dados referentes ao ano que se passou é a base para a tomada das
futuras decisões. O planejamento coordenado de suas diversas frentes
(comercial, administrativa, jurídica etc) permite vislumbrar de forma mais
clara as estratégias do negócio além de minimizar o risco de prejuízos, uma vez
que possibilita uma visão global e mais sólida do empreendimento. Ainda, para
quem atua no setor do comércio e prestação de serviços, vale a pena nesta época
do ano aumentar a visibilidade do negócio na internet e redes sociais,
considerando as projeções cada vez mais positivas do comércio eletrônico, ou ao
menos colocar o tópico na pauta do próximo ano. O importante é realizar uma
avaliação e planejamento meticulosos, e de acordo com o perfil desejado,
tratando o assunto com naturalidade, e não com assombro.
O conto de Dickens nos
deixa, entre tantas mensagens, a de que unidos se vai mais longe e de que nunca
é tarde demais para recomeçar. Um Feliz Natal e Próspero 2013 a todos!
Natália
Marques Abramides é advogada, especialista em Direito Internacional pela
PUC-SP, com ênfase em internet e propriedade intelectual, sócia do escritório
Brasil e Abramides Advocacia. Contato: natalia@brasileabramides.com.br
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