sábado, 2 de junho de 2012

Transição para uma economia verde pode criar até 60 milhões de empregos

Notícia retirada do site da OIT:


"A transição para uma economia mais verde poderia gerar entre 15 e 60 milhões de novos empregos em nível mundial nas próximas duas décadas e tirar dezenas de milhões de trabalhadores da pobreza, segundo um novo relatório produzido pela Iniciativa Empregos Verdes.(*)

O estudo "Rumo ao Desenvolvimento Sustentável: oportunidades de trabalho decente e inclusão social em uma economia verde", sustenta que o alcance destes objetivos dependerá da adoção de uma correta combinação de políticas. 

'O atual modelo de desenvolvimento tem se mostrado ineficiente e insustentável, não só para o ambiente, mas também para as economias e sociedades", disse o diretor geral da OIT Juan Somavia. "Precisamos urgentemente seguir por um caminho de desenvolvimento sustentável, com um conjunto coerente de políticas em que as pessoas e o planeta desempenhem um papel central'.

'A próxima  Conferência Rio +20 das Nações Unidas será um momento decisivo para garantir que o trabalho decente e a inclusão social sejam partes integrantes de qualquer estratégia de desenvolvimento futuro', acrescentou.

Achim Steiner, diretor executivo do Programa Ambiental da ONU (Unep), disse: "Este relatório surge na véspera do Dia Mundial do Meio Ambiente em 5 de Junho cujo lema é: Economia Verde: Isso inclui você?". 

As conclusões do relatório mostram que a economia verde pode incluir milhões de pessoas, ajudando-as a superar a pobreza e proporcionando melhores condições de vida para esta e futuras gerações. É uma mensagem positiva, plena de oportunidades frente aos atuais desafios globais que estamos divulgando no mundo inteiro enquanto os líderes se preparam para a Cúpula da Rio + 20”, acrescentou Steiner. 

O relatório - publicado quase quatro anos após o primeiro estudo da Iniciativa Empregos Verdes - analisa o impacto que a “ecologização” da economia pode ter sobre o emprego, a renda e desenvolvimento sustentável em geral. 

Pelo menos metade da força de trabalho mundial - o equivalente a 1,5 bilhão de pessoas - será afetada  pela transição para uma economia verde. Embora as mudanças devam ser sentidas por toda a economia, oito setores-chave deverão desempenhar um papel central e ser os mais afetados: agricultura, silvicultura, pesca, energia, indústria manufatureira, reciclagem, construção e transporte. 

Dezenas de milhões de empregos já foram criados por esta transformação. Por exemplo, o setor de energia renovável ​​já emprega cerca de 5 milhões de trabalhadores, mais do que o dobro do número de empregos entre  2006 e 2010. A eficiência energética é outra importante fonte de empregos verdes, particularmente na indústria da construção, o setor mais afetado pela crise econômica.

Nos Estados Unidos, três milhões de pessoas têm empregos relacionados com produtos e serviços ambientais. Na Espanha, existem atualmente mais de meio milhão de empregos neste setor. 

É possível obter ganhos líquidos na taxa de emprego entre  0,5 e 2 por cento do emprego total. Nas economias emergentes e países em desenvolvimento, os ganhos tendem a ser mais elevados do que nos países industrializados, porque os primeiros podem passar diretamente para a tecnologia verde em vez de substituir a infraestrutura obsoleta. O Brasil já criou cerca de três milhões de empregos, respondendo por cerca de 7% do emprego formal.

 
Não existem benefícios sem políticas adequadas

Esses bons resultados têm uma coisa em comum: o reconhecimento de que os desafios ambientais e sócio-econômicos precisam ser enfrentados de uma forma abrangente e complementar. 

 Em primeiro lugar, isso significa promover e implementar processos de produção sustentáveis ​​ao nível das empresas, especialmente entre as pequeno e médias empresas nos setores fundamentais mencionados acima. 
Em segundo lugar, a extensão da proteção social, programas de suplementação de renda e medidas de capacitação profissional são fundamentais para assegurar que os trabalhadores possam tirar proveito dessas novas oportunidades.
Em terceiro lugar,  as normas internacionais do trabalho e dos direitos dos trabalhadores podem fornecer um quadro jurídico e institucional, bem como orientações políticas  para o trabalho em uma economia mais verde e sustentável, especialmente quando se trata de qualidade dos empregos e segurança e saúde no trabalho. 
Finalmente, o diálogo social eficaz envolvendo empregadores e os sindicatos é fundamental para a governança do desenvolvimento sustentável. 
"A sustentabilidade ambiental não contribui para eliminar postos de trabalho, como às vezes é alegado. Pelo contrário, se for administrada de maneira adequada, pode contribuir com a criação de  mais e melhores empregos, redução da pobreza e inclusão social ", disse o diretor da OIT."

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